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O Homem e a Seleção Natural

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Nas proposições de Darwin sobre a Seleção Natural ficou patente que a sobrevivência é privilégio dos mais fortes, dos que tem uma capacidade de adaptação às adversidades do meio, superior aos seus semelhantes, ou aos seres que, por sua natureza são capazes de ocupar o mesmo nicho ecológico.  Uma prova disso é que, ainda sobre a Seleção, os seres mais adaptados estão aptos a procriar quase que indefinidamente, e que este incremento quantitativo muito significa quando estão em ação fatores de exclusão ou de seleção.
Numa breve olhada pela natureza podemos avaliar as diversas adaptações que permitem uma adequada disseminação da vida.  Plantas como a Ciúme ou Flor-do-ciúme ou Algodão-de-seda (Calotropis procera) que libera suas sementes envoltas numa pluma levíssima, capaz de ser conduzida pelos ventos a distâncias formidáveis, e quando cair em substrato mínimo pode gerar nova planta.  Ou como o Carrapicho (Pavonia sp.) com seus frutinhos espinhentos capaz de prender-se sutilmente ao pêlo de um animal e, horas depois (leia-se: a uma boa distância) ser retirado, cair e germinar.  Entre os animais podemos citar as aves migratórias que percorrem longas distâncias, de um polo a outro do planeta, para procurar clima e espaço adequados para a reprodução ou o próprio milagre dos peixes que enfrentam as adversidades naturais ou artificiais para buscar águas tranquilas sempre à montante, subindo contra as correntezas, cachoeiras, barragens, redes de pescadores, etc. em busca de águas calmas e tranquilas para a desova.

Mas e o homem?  O que fez do homem um ser capaz de excluir-se da seleção natural?  Entre os animais superiores, especialmente os mamíferos, percebe-se a força e a resistência como meios que proporcionam seu pleno desenvolvimento vital.  Um equino, ao nascer, por exemplo, quase que imediatamente começa a colocar-se em pé.  Logo, logo aquele potrinho já participa da vida social de seu grupo, andando lado a lado com sua mãe.  O “potrinho” humano, entretanto, requer um sem fim de cuidados maternos.  É chorinho aqui, cólica ali, “colinho” acolá, cobertas, tudo esterilizado, etc., etc., etc.  Enfim, o que faz do homem uma espécie altamente adaptada e não sujeita a seleção natural, se é tão frágil?  É a inteligência.  É saber tirar proveitos da fragilidade e dos conhecimentos adquiridos e acumulados, que são passados de geração a geração, através de multimeios.

O homem então, destaca-se dos outros animais pela sua perspicácia em aproveitar conhecimentos acumulados.  Seu surgimento através da fecundação é a única ação coincidente entre ele e os outros animais: milhões de espermatozóides concorrendo entre si para que apenas um possa alcançar seu intento.  Apenas o melhor pode concluir a jornada da concepção.  Ele será o mais forte, o que soube aproveitar o vácuo ou a carona ou o “empurrãozinho” dado pelos companheiros de jornada.  É neste momento que entendemos a participação do processo de seleção natural, pois gametas desprovidos da vitalidade para trilhar o percurso da fecundação certamente não formariam o indivíduo suficientemente forte para sobrevivência.  A partir daí, a vida do homem muito difere dos demais indivíduos.  Os medicamentos, vacinas, alimentação, ultra-cuidados maternos, temperatura e ambiente adequados corroboram para eliminar fatores que influenciam outros animais como as intempéries, pragas, doenças, competição pelo alimento, pelo habitat, pela água, etc.

O homem é assim o resultado de uma série de conhecimentos adquiridos e guardados, especialmente no que tange a forma de criar seus rebentos.  A inteligência fez então a diferença: o essencial para fazer do Homo sapiens sapiens um sobrevivente da SELEÇÃO NATURAL.  Mas, até quando?!?