Mas e o homem? O que fez do homem um ser capaz de excluir-se da seleção natural? Entre os animais superiores, especialmente os mamíferos, percebe-se a força e a resistência como meios que proporcionam seu pleno desenvolvimento vital. Um equino, ao nascer, por exemplo, quase que imediatamente começa a colocar-se em pé. Logo, logo aquele potrinho já participa da vida social de seu grupo, andando lado a lado com sua mãe. O “potrinho” humano, entretanto, requer um sem fim de cuidados maternos. É chorinho aqui, cólica ali, “colinho” acolá, cobertas, tudo esterilizado, etc., etc., etc. Enfim, o que faz do homem uma espécie altamente adaptada e não sujeita a seleção natural, se é tão frágil? É a inteligência. É saber tirar proveitos da fragilidade e dos conhecimentos adquiridos e acumulados, que são passados de geração a geração, através de multimeios.
O homem então, destaca-se dos outros animais pela sua perspicácia em aproveitar conhecimentos acumulados. Seu surgimento através da fecundação é a única ação coincidente entre ele e os outros animais: milhões de espermatozóides concorrendo entre si para que apenas um possa alcançar seu intento. Apenas o melhor pode concluir a jornada da concepção. Ele será o mais forte, o que soube aproveitar o vácuo ou a carona ou o “empurrãozinho” dado pelos companheiros de jornada. É neste momento que entendemos a participação do processo de seleção natural, pois gametas desprovidos da vitalidade para trilhar o percurso da fecundação certamente não formariam o indivíduo suficientemente forte para sobrevivência. A partir daí, a vida do homem muito difere dos demais indivíduos. Os medicamentos, vacinas, alimentação, ultra-cuidados maternos, temperatura e ambiente adequados corroboram para eliminar fatores que influenciam outros animais como as intempéries, pragas, doenças, competição pelo alimento, pelo habitat, pela água, etc.
O homem é assim o resultado de uma série de conhecimentos adquiridos e guardados, especialmente no que tange a forma de criar seus rebentos. A inteligência fez então a diferença: o essencial para fazer do Homo sapiens sapiens um sobrevivente da SELEÇÃO NATURAL. Mas, até quando?!?